ATA DA OITAVA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 09.05.1995.
Aos nove dias
do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e cinco reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze
horas e vinte minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à
entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Arnaldo Campos da Cunha,
conforme o Projeto de Resolução nº 03/95 (Processo 520/95), de autoria do
Vereador Lauro Hagemann. Compuseram a MESA: Vereador Mário Fraga, 1º
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no exercício da
Presidência; Senhor Arnaldo Campos da Cunha, Homenageado; Senhora Maria
Noralina da Rocha; Senhor Abrão Aspis, Presidente da Associação Gaúcha de
Escritores; Vereador Lauro Hagemann, na ocasião, Secretário "ad hoc".
Ainda como extensão da Mesa, o Senhor Presidente registrou as presenças do Vereador
Salim Sessim Paulo, Presidente da Associação de Câmaras do Litoral, e da
Senhora Cristina Ribeiro, representante da Casa do Poeta Brasileiro. Após,
concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Lauro Hagemann, em nome das Bancadas do PPS,
PDT, PMDB, PTB, PPR, PP, PPS, PSDB e PT, discorreu sobre a vida do Homenageado,
enfatizando o trabalho cultural por ele realizado durante o período da
repressão militar no País e sua participação na estruturação da Secretaria
Municipal de Cultura. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL,
lembrou seus tempos de estudante do Colégio
Júlio de Castilhos e a amizade que sempre manteve com o Homenageado,
discorrendo, em especial, sobre a atuação do Senhor Arnaldo Campos da Cunha à
frente da antiga Livraria Coletânea. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
convidou a todos para, de pé, assistirem à entrega, pelo Vereador Lauro
Hagemann, do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Arnaldo Campos da
Cunha e concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido,
falando sobre sua experiência como livreiro e como incentivador do
desenvolvimento político e cultural de nossa Cidade. Dando continuidade, o
Senhor Presidente manifestou-se acerca da solenidade, agradeceu a presença de
todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às
dezesseis horas e quinze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelo Vereador Mário Fraga e secretariados pelo Vereador Lauro Hagemann,
Secretário "ad hoc". Do que eu, Lauro Hagemann, Secretário "ad
hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga):
Estão abertos os trabalhos da Sessão Solene destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Arnaldo Campos da Cunha. O autor da
proposição é o Ver. Lauro Hagemann, conforme PR nº 03/95 - Proc. nº 520/95,
aprovado por unanimidade por esta Casa.
Concedemos a palavra ao Ver. Lauro Hagemann, autor da proposição, que
falará pelas Bancadas do PPS, PDT, PMDB, PTB, PPR, PP, PPS, PSDB, PSB e PT.
O SR. LAURO HAGEMANN: Prezado Ver. Mário Fraga,
Vice-Presidente da Mesa, que preside esta Sessão; prezado Sr. Abrão Aspis,
Presidente da Associação Gaúcha de Escritores; prezada Sra. Maria Noralina da
Rocha, esposa do nosso homenageado, e meu caro, prezado e querido companheiro,
amigo Arnaldo Campos. Senhores e Senhoras, amigos do nosso homenageado, tenho
mais do que alegria: muita honra em poder proporcionar ao Arnaldo Campos este
Título de Cidadão Emérito. Não é nenhum gesto gratuito de benevolência, não é
uma formalidade da Cidade de Porto Alegre fazer a entrega desse título a esse
cidadão carioca que adotou Porto Alegre como seu segundo berço.
A Câmara Municipal de Porto Alegre, ao longo dos seus 223 anos, tem
cedido muitos títulos de benemerência, muitos deles - eu não me pejo de dizer -
até por encomenda, mas este nasceu espontaneamente de uma vontade de se
homenagear um cidadão que, por todos os títulos, merece este título porque
contribuiu durante muitos anos - dois terços da sua vida - para o
engrandecimento de Porto Alegre. O Sr. Arnaldo Campos tem uma história singular
no contexto cultural de Porto Alegre, e é nessa condição que a Câmara se sente
muito à vontade de homenageá-lo.
Uma característica que não foi mencionada pelo nosso companheiro Mário
Fraga: quando o título foi votado nesta
Casa, o foi por aplauso. A unanimidade da Casa concedeu esse título ao Arnaldo
Campos e aplaudiu o resultado da votação, coisa incomum nesta Casa. É sinal de
que o nome que foi posto à consideração do Plenário é mais do que conhecido e
teve reconhecida a sua trajetória pelas ruas de Porto Alegre, pelo ambiente
cultural da Cidade, pelo ambiente intelectual, social e, por que não dizer?,
pelo ambiente político, porque o Arnaldo, antes de tudo, é um ser político.
É de praxe, numa saudação como esta, dizer alguma coisa sobre a vida do
homenageado. Vou tentar resumir os dados, porque muitos conhecem, para os que
não conhecem e para ficar nos Anais da Casa.
Arnaldo Campos é carioca. Veio muito cedo para o Rio Grande do Sul, em
1955; portanto, faz quarenta anos. Arnaldo Campos, como muitos desta Casa, teve
um fato abonatório: foi estudante do tradicional "Julinho" na sua
época de adolescência e juventude.
Em 1950, Arnaldo já estava
envolvido na campanha "O petróleo é nosso", e isso aí o liga a
uma determinada facção da vida brasileira que, por um longo tempo, permaneceu,
sob a fase do autoritarismo, na clandestinidade. Nós não podemos hoje atestar
que o Arnaldo tenha sido membro do PCB, porque ninguém naquele tempo tinha
ficha, mas podemos dizer, com toda a certeza, que o Arnaldo era um dos nossos.
Na campanha "O petróleo é nosso", o Arnaldo esteve envolvido e, logo
depois, na década de 60, a literatura entra na vida do nosso homenageado. Em
1961, ele inicia a sua atuação como livreiro, e eu me lembro, estudante ainda e
depois como profissional, de freqüentar a livraria do Arnaldo sem saber que ele
era o dono, ali, na frente da Praça da Alfândega, uma livraria que oficialmente
se chamava Vitória, mas que muita gente conheceu como Coletânea, que foi um
nome adotado posteriormente ao fechamento da Vitória por efeito dos episódios
que nós conhecemos. A Livraria Vitória era o centro de uma atividade
intelectual e política intensa; era "sui generis" a livraria. Era um
corredor, mas por aquele corredor passaram as maiores personalidades deste
Estado e era ali que a gente ia buscar, às vezes, obras que não podiam ser
encontradas em outros locais, e talvez por isso o Arnaldo tenha sofrido a força
da repressão. Arnaldo foi preso com o desmantelamento da Livraria Vitória e,
depois de solto, ele mudou o nome da livraria para Livraria Coletânea. Em 1968,
Arnaldo fundou sua segunda livraria - Atualidade. E nesse ínterim, os seus
trabalhos, suas produções literárias, iam acumulando prêmios. Foram vários.
Em 1968, teve um de seus contos publicados na revista iugoslava
"Gravina", traduzido para a língua servo-croata, o que não é muito
comum para os nossos tradutores literários.
Um dos aspectos importantes do nosso homenageado é a sua contribuição
junto com o Prof. Joaquim Felizardo para criar e estruturar a Secretaria
Municipal de Cultura. Esse foi um trabalho muito importante porque era uma
reivindicação da sociedade de Porto Alegre a existência dessa Secretaria; havia
a Secretaria Estadual, mas não havia a Municipal. E aqui no Estado, como todos
sabem - quase todos -, muitas vezes o Governo do Estado pertencia a uma facção
política e o Governo Municipal a outra. Então, havia um contraponto em que a
existência dessa Secretaria Municipal era necessária. Então, o Arnaldo ajudou o
nosso querido companheiro Joaquim Felizardo a estruturar a Secretaria Municipal
de Cultura. Passou por problemas, mas hoje é uma instituição sólida na Cidade.
Em 1990, Arnaldo inaugurou a Livraria Porto do Livro, que passou a ser
um ponto referencial no mapa cultural da Cidade, com promoção de debates e
sessões de autógrafos. Publicou também "A breve história do livro",
uma lacuna bibliográfica que necessitava ser preenchida entre nós. Isso faz parte
do acervo da vida do nosso homenageado, mas o que deve ser dito é que o Arnaldo
Campos produziu em Porto Alegre os melhores momentos culturais; ajudou, porque
ninguém faz nada sozinho, a produzir momentos culturais inesquecíveis nesta
Cidade, quer através de suas livrarias, da sua atuação como profissional, quer
como autor de contos, romances. Isso tudo contribuiu para que Porto Alegre
fosse destacada no mapa cultural do Brasil, o que não é muito fácil, mesmo que
tenhamos nomes ilustres a compor o cenário literário nacional.
Este carioca veio para o Rio Grande do Sul disposto a fazer daqui o seu
segundo berço, e é por isso que temos plena certeza de que Arnaldo merece a
homenagem que estamos lhe prestando hoje. É o coroamento de uma paixão que
começou ainda quando o jovem Arnaldo sonhava com as terras do sul, vislumbradas
através de figuras, fotografias e cartões postais.
Porto Alegre e Arnaldo Campos se merecem, e essa é a minha homenagem
formal, que resgata o envolvimento de um homem com uma cidade por ele escolhida
como o cenário da sua vida. Parabéns, Arnaldo. Nós não te fazemos um favor.
Estamos retribuindo aquilo que tu nos deste. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Como extensão da Mesa,
convidamos o Ver. Salim Sessim Paulo, Presidente da Associação de Câmaras do
Litoral, e a Sra. Cristina Ribeiro, representante da Casa do Poeta Brasileiro.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra pela Bancada do PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, com satisfação quero saudar o homenageado, Cidadão de Porto Alegre,
Sr. Arnaldo Campos da Cunha, e a sua esposa, Sra. Maria Noralina da Rocha.
Saúdo, da mesma forma, o meu querido amigo Abrão Aspis, digníssimo Presidente
da Associação Gaúcha dos Escritores, que nos prestigia com sua presença na Casa
nesta tarde. Saúdo por igual o Ver. Salim Sessim Paulo, Presidente da
Associação das Câmaras do Litoral, e a Sra. Cristina Ribeiro, da Casa do Poeta,
que também nos dão a satisfação de suas presenças nesta tarde em que a Câmara
Municipal de Porto Alegre entrega o Título de Cidadão Emérito ao Sr. Arnaldo
Campos da Cunha, fato esse que se dá em função da iniciativa do ilustre Ver.
Lauro Hagemann, que foi referendada pela unanimidade da Casa, até mesmo, como
bem acentuou o ilustre Ver. Lauro Hagemann, com um gesto inusitado, de certa
forma não regimental, pois que foi substituído o voto pelo aplauso para que
ficasse bem confirmada a disposição da Casa de transformar em lei a iniciativa
do ilustre Ver. Lauro Hagemann.
É evidente que esse fato tem algum significado: pessoalmente, sinto-me
extremamente à vontade para me manifestar nesta tarde em que Porto Alegre, por
sua representação política, presta esta homenagem. Como todos tiveram
oportunidade de verificar, o Ver. Lauro Hagemann falou em nome das Bancadas do
PPS, do PDT, do PMDB, do PTB, do PPR,
do PP, do PSDB, do PSB e do PT. Alguns, pouco atentos à circunstância política
da Casa, poderiam até entender que eu estaria cometendo neste momento alguma
espécie de sortilégio, de ser o único destoante a não conceder ao Ver. Lauro
Hagemann a condição de, como orador único, se manifestar - ele, que já é o
autor do Projeto de Lei, ele, que é o detentor da iniciativa que, pela
unanimidade da Casa, se transformou em lei.
Eu penso que devo, especialmente aos ilustres convidados que aqui
comparecem, aos amigos do homenageado, uma explicação sobre a razão de minha
presença na tribuna e da razão pela qual eu não concedi - como seria até
honroso para mim - a condição de o Ver. Lauro Hagemann ser também o
representante do Partido da Frente Liberal na ocasião em que se faz esta
homenagem. Eu digo que muitas vezes eu sou o contraponto na Casa - sou o único
integrante do Partido da Frente Liberal, partido que, certamente, não será o
partido do nosso homenageado. Apesar de, como diz o Ver. Lauro Hagemann, que
ele venha de tempos em que não podia assinar a ficha, pelo menos no nosso tempo
de estudante nós o tínhamos como o responsável pelo centro onde se davam os
grandes enclaves da juventude socialista da época, dos seus ex-colegas
julianos, dos novos julianos, que, depois do curso noturno do Colégio Júlio de
Castilhos, vinham para a Rua da Praia, exatamente nas proximidades da antiga
Confeitaria Mateus, da porta do Clube do Comércio, e ali se iniciava o debate
onde eu sempre era a voz destoante e opoente. Mas fico tranqüilo em dizer o
seguinte: sendo a voz destoante, eu era uma voz que era acolhida naquele espaço
democrático que aquele pequeno corredor representava ali, na Rua da Praia.
Então, eu acho que os títulos honoríficos concedidos por esta Casa têm que ter
uma razão de ser, têm que ter uma finalidade; não podem ser, como em muitos
casos são, motivos de bajulação ou de barganha de interesses. Eles têm que ter
uma razão de serem claros e objetivos, vinculados com a realidade do cotidiano
de Porto Alegre. Então, eu me sinto à vontade, quando um homem que tem posições
político-ideológicas absolutamente diversas das minhas é indicado, como foi o
Arnaldo, para ser designado Cidadão Emérito de Porto Alegre, de me manifestar,
de apoiar a decisão, como o fiz de forma tranqüila desta tribuna, apenas
perguntando ao Ver. Lauro Hagemann: - "É aquele homem que tinha a livraria
ali na Rua da Praia?" Essa pessoa merece, porque realmente ele tem a ver com
a vida de Porto Alegre, num largo período. Em verdade, na minha adolescência,
no meu tempo de estudante, de acadêmico, eu participei e muitas vezes comprei
livros na sua livraria porque era mais barato. Havia aqueles "Cadernos do
Povo", da UNE, que era o proselitismo do "partidão", que eram
mais baratos. Fazer a compra ali era mais conseqüente e um gesto até racional
da minha parte.
Tive oportunidades que o senhor deve recordar. A vida nos prega algumas
surpresas. Eu era Secretário Municipal da Indústria e do Comércio quando o
então Prefeito da Cidade, Sr. Guilherme Socias Vilella, alertava-me de que
existia uma necessidade de que se criassem condições para a reabertura da
Livraria Coletânea, porque os interesses comerciais e a explosão dos custos
locatícios haviam impossibilitado que até mesmo naquele pequeno corredor
permanecesse a atividade importante que o nosso homenageado desenvolvia. Tive
muita tranqüilidade e muita satisfação em ter facultado e ter possibilitado que
a livraria fosse instalada nos altos do Mercado Público Municipal, onde
esperávamos que se criasse um pólo cultural na Cidade de Porto Alegre. Não sei
se sobre esse aspecto tivemos sucesso, porque existem algumas regras de mercado
que não basta a boa vontade dos administradores e o interesse dos idealistas de
querer modificar, porque elas não se modificam por si só. O mercado tinha a
tradição de outro tipo de atividade comercial, que não era essa atividade
ligada à cultura e à expansão literária que afanosamente buscávamos conseguir e
que através da Livraria Coletânea se buscava, concretamente, levar adiante.
Mas, de tudo isso, fica a minha colocação sincera e tranqüila: estou
aqui de coração aberto. A minha posição como liberal me autoriza a dizer que
estou homenageando um homem com as suas características de ser, de pessoa
aberta, de pessoa tranqüila, que, mesmo num período de radicalização da
política brasileira, tendo sido vítima de situações que a própria Justiça
reparou posteriormente... Porque aí temos um granero das letras que não poderia
levar temor a alguns que entendiam, às vezes, que as letras eram mais perigosas
do que os canhões. Como nunca tive medo de letras e como gosto do bom combate,
do bom antagonismo político no campo das idéias, no campo das doutrinas, no
campo idealístico das posições pessoais, refletidas e amadurecidas, eu me sinto
até orgulhoso de poder participar desta Sessão e, em nome do meu partido, fazer
as homenagens que lhe são devidas e que são merecidas, ilustre Cidadão Emérito
de Porto Alegre, Arnaldo Campos da Cunha. Por isso, quero explicar-me perante
os convidados, porque tive a ousadia de retirar do Ver. Lauro Hagemann aquela
condição, que seria para ele extremamente agradável, de ser o único orador
nesta tarde.
Mas quero concluir dizendo que no gesto da Câmara Municipal, que
aplaudiu a iniciativa do Ver. Lauro Hagemann, existe um duplo sentido: de um
lado, a proposta envolvia matéria relevante, que merecia esta nossa
manifestação; de outro, o autor é um homem dos mais respeitáveis nesta Casa, um
exemplo no Rio Grande do Sul, um homem que eu aprendi a respeitar. Da mesma
forma que com o homenageado, eu tenho com ele um antagonismo ideológico até
abismal, o que não impede de reconhecê-lo como um homem digno, um homem de bem,
tão bom, tão grande caráter, tão grande figura, que tenha a condição de trazer
a Casa homenagens como esta que estamos prestando e receber da Casa a resposta
afirmativa, a resposta da unanimidade, que diz: V. Exa., mais uma vez, está
certo, Ver. Lauro Hagemann; o seu escolhido, o livreiro da Rua da Praia, da
Livraria Vitória, da Livraria Coletânea, é um Cidadão de Porto Alegre há muito
tempo; só falta a lei transformá-lo. É o que fizemos num determinado dia por
sua inspiração, Vereador, e por V. Exa. merecer a nossa homenagem que fizemos
de coração. Sinta-se na sua casa,
Cidadão Emérito de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Como Presidente da Sessão,
convido para fazer a entrega do título o Vereador proponente, Ver. Lauro
Hagemann, e os demais a ficarem de pé.
(É feita a
entrega do Título.)
Vamos conceder a palavra ao Cidadão Emérito de Porto Alegre, Sr.
Arnaldo Campos da Cunha.
O SR. ARNALDO CAMPOS DA
CUNHA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Na verdade, é
quase impossível ser livreiro e não ser democrata. A menos que alguém queira
fazer uma livraria exclusivamente destinada a vender uma determinada idéia,
acho que é impossível que alguém seja livreiro sem ser democrata, porque uma
livraria, naquela acepção que eu entendo, tem que ser necessariamente eclética.
Não cabe ao livreiro ser o intérprete, o impositor de determinadas idéias. Ele
poderá ter as suas idéias, e normalmente os livreiros têm as suas idéias. Eu
sempre tive as minhas. Ao longo dos embates da caminhada pela vida, vai-se
observando e tirando algumas conclusões, nem sempre corretas, mas algumas
conclusões. Na medida em que se tem opiniões, deve-se externá-las. Eu sempre
externei minhas opiniões e muitas vezes fui prejudicado por isso. A livraria é
absolutamente eclética.
O Ver. Reginaldo Pujol referiu-se aos "Cadernos do Povo
Brasileiro", que eram editados pela "Civilização Brasileira".
Nós tínhamos toda a literatura marxista. Quando a livraria começou, eu não
tinha nenhum tostão no bolso porque fazia parte do time de desempregados de
Porto Alegre e passei seis meses tentando conseguir um emprego e não consegui.
Cheguei à conclusão de que eu deveria tentar abrir uma livraria. Como eu não
tinha crédito, os únicos livros que eu pude pôr inicialmente em minha livraria foram
obras marxistas que eram de uma distribuidora de um amigo meu que foi o único a
me conceder o crédito - todas as obras de Marx, de Engels, Plekanov. Enfim,
mesmo assim, mesmo não tendo dinheiro, mesmo abrindo a livraria com aquele peso
maior das obras marxistas, eu me preocupei, e isso pode parecer um pouco
demagógico, em mostrar que aquela não era uma livraria de propaganda de um
determinado regime, de propaganda de um determinado partido, mas que aquela era
verdadeiramente uma livraria e, portanto, tinha que ser eclética. Fui correndo
na Sociedade Bíblica Brasileira e lá comprei meia-dúzia de Bíblias. Na época,
criou-se um "marketing" muito interessante porque eu tinha que
faturar. Um livreiro é um sonhador, mas que tem que manter uma empresa, seja ela
pequena ou grande. Eu lembro de que, quando botei as obras de Marx e Engels na
vitrine improvisada, as pessoas diziam escandalizadas: - "Mas já se vende
isso em Porto Alegre?" Ouvi várias vezes. Eu, lá pelas tantas, querendo
mostrar que a coisa era eclética e também achando que aquilo daria um certo
"marketing" para a livraria no resultado em termos de vendas, peguei
uma Bíblia e um Manifesto do Partido Comunista, que era um livrinho pequeno, e
coloquei-os lado a lado e fiz uma venda casada: uma Bíblia mais Manifesto igual
a 14 cruzeiros. Foi um sucesso. Tivemos até comício na frente da livraria. Um
professor que era da UFRGS, grande amigo meu, já falecido, Antônio Flores, da
Biologia, quando deu de cara com aquilo na porta da livraria, fez um escândalo,
fez um comício e começou a trazer toda a Universidade para a livraria só porque
eu tinha feito aquele tipo de coisa. Foi notícia no "Correio do
Povo", no "Jornal do Brasil". Até hoje mantenho isso nas minhas
livrarias. Quem for lá, na Porto do Livro, vai encontrar, logo na entrada,
expostos lado a lado - e isso é
permanente - a Bíblia e "O
Capital", de Karl Marx. As pessoas perguntam: - "Mas como é
isso?" Eu respondo: é convivência pacífica que acho que tem de haver entre
as idéias. Se nós temos idéias, devemos chegar às conclusões pela troca de
idéias; não cabe combater idéias pela força. Sempre fui contra qualquer tipo de
apreensão de livros, de repressão nesse sentido.
Outra questão que surgiu, que o Ver. Reginaldo Pujol enfocou, é a
questão da minha filiação partidária. Quando muito jovem, era muito católico.
Ia na missa das 7h da manhã, gostava do cheiro de incenso, gostava de
acompanhar a procissão, mas depois a gente vai lendo - aquela coisa. Um dia
caiu em minhas mãos um livro sobre a Inquisição, e o padre que escreveu o livro
teve a coragem de confessar que torturavam pessoas. Aquilo me chocou muito e
acabei repensando a questão da Igreja Católica. Não tenho nada contra hoje, mas
acabei parando no marxismo algum tempo depois. Desde então, eu me filiei ao
Partido Comunista do Brasil, que, na época, era um partido único - hoje são
dois, desde a década de 60 -, mas, na verdade, eu nunca fui aquilo que se pode
chamar de militante sectário, embora ficando numa facção radical, porque,
quando se deu a divisão, eu não fui para o Partido Comunista Brasileiro, que
era considerado reformista, que é o partido do Lauro. Eu permaneci no chamado
Partido Chinês. Aliás, a livraria tinha o apelido de "corredor de
Pequim" porque eu era do Partido Comunista Chinês. Na verdade, o pessoal
da outra facção freqüentava a livraria na maior liberdade, e a livraria vendia
a Bíblia, porque uma livraria sem Bíblia não é livraria. Como vou ter uma
livraria sem ter o livro dos livros, não é mesmo? Eu tenho variedades de
Bíblias: a Bíblia de Jerusalém, a Bíblia protestante, a católica, a judaica.
Enfim, eu acho que isso faz parte de uma livraria que queira se gabar de ser
uma livraria. Mas vendíamos a "Life", a "Time" e outras
publicações, desde que elas tivessem rotatividade, porque o meu problema era o
espaço pequeno. Era um corredor de sete metros de comprimento por dois e meio
de largura, onde entravam cinco pessoas, e as outras que quisessem entrar
tinham que esperar que alguém saísse. Então, se o livro era considerado de
direita mas vendia, nós colocávamos à venda.
Aconteceu um episódio curioso quando apreenderam os nossos livros. A
polícia esteve lá várias vezes e um dos livros apreendidos foi exatamente um
livro escrito por uma senhora de direita na França, Susana Iabin, em que ela
fazia um elogio a Carlos Lacerda, só que o livro tinha uma foice e um martelo
na capa e era uma coisa meio crítica. Então, quando viram aquela foice e aquele
martelo na capa do livro, os policiais jogaram dentro do carro. Quer dizer: era
um livro que nada tinha para ser apreendido dentro da concepção do poder da
época.
Naturalmente, o Lauro já falou aqui da minha trajetória. Enfim, este
título que hoje está sendo cedido realmente me honra muito, mas eu gostaria de
dar uma idéia rápida para vocês de toda esta paixão por Porto Alegre.
(Lê.)
"Raras e distorcidas informações sobre o Rio Grande do Sul me
levaram na adolescência a comparar este Estado com o País de Brobdingnag,
aquela terra de gigantes na ficção de Jonathan Swift, cujas 'Viagens de
Guliver' eu lera aos quinze anos. Em Quintino Bocaiúva, longínquo e então
pacato bairro da Zona Norte do Rio, onde nasci e morei, sabia-se que no Rio
Grande do Sul tudo era gigantesco. Em Porto Alegre - comentavam, espantados,
ingênuos garotos sentados no meio-fio da calçada - as pessoas devoravam bois
inteiros nos churrascos de fim-de-semana. Depois os gaúchos palitavam os dentes
com galhinhos de árvores e consumiam um chá conhecido como chimarrão que
provocava rios de mijo nos que tomavam, eliminando, dessa maneira, todos os
micróbios do organismo. Daí serem os gaúchos um povo muito saudável. O Rio
Grande do Sul era uma terra distante, muito distante, no fim do Brasil, uma
terra habitada por homens muito altos, de onde Getúlio Vargas, o único
baixinho, viera a cavalo.
Um vinho chamado 'Raposa', um tinto maduro oriundo da Serra gaúcha que
um tio italiano costumeiramente comprava numa mercearia do Centro do Rio, era
mais um dos poucos atestados da existência da gente rio-grandense. Foi na casa
do velho Giovanni que pela primeira vez provei o 'Raposa'. Meu tio me disse que
eu estava bebendo o sangue do Rio Grande do Sul. Foi também meu tio Giovanni
quem primeiro me falou sobre Porto Alegre, uma cidade bonita que ele conhecia
por cartões postais. Eu fiquei imaginando, aos dezesseis anos, como seria a
capital do País de Brobdignag e senti uma irresistível vontade de conhecê-la.
Foram três dias e três noites de trem do Rio de Janeiro até Santo
Ângelo, meu primeiro domicílio no Rio Grande do Sul. Viagem maravilhosa. Nunca
vou esquecer aquela araucaria
brasiliensis, solitária e sobranceira, nos limites entre Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. Gostei tanto do que vi ao longo da viagem, que, quando
cheguei a Santo Ângelo, a primeira coisa que fiz foi escrever uma carta à
namorada que deixara no Rio, fazendo um relato detalhado de tudo o que vira.
Estava tão empolgado, que até me esqueci de mandar beijinhos, etc., para a
namorada. Resposta dela: -‘Obrigada pela lição de geografia’. E nunca mais me
escreveu, apesar da minha insistência e pedidos de desculpas.
Meu primeiro café da manhã, em Marcelino Ramos, foi fantástico. Oito
horas da manhã eu entrei num bar e pedi, bem ao jeito carioca, sem me dar conta
que estava noutro país, uma média com pão e manteiga. A moça que me atendia ficou
me olhando indecisa e perguntou: -
'Café?' Eu confirmei e, daqui a pouco, ela trouxe um bule de ágata cheio de
café e outro cheio de leite. Já havia trazido uma xícara de quase um palmo de
altura que, pelos meus cálculos, dava para umas cinco médias de café com leite
dos cariocas. Não satisfeita, a moça, uma loira alta, digna representante do
País de Brobdignag, trouxe quatro variedades de pães - d’água, sovado, de aipim
e de milho -, trouxe manteiga, três potes
de chimia, salame, queijo, um bife e me perguntou se eu queria ovos fritos.
Achando que fizera o pedido errado, eu ia dizer à moça que não pretendia
almoçar àquela hora. Aquilo era um 'breakfast' americano, e não um café
brasileiro. Antes de dizer qualquer coisa, olhei para as mesas em volta e vi
que todos estavam servidos como eu. Tudo aquilo era o café da manhã. Eu chegara
ao País de Brobdignag. Resolvi logo assumir a cidadania: pedi os ovos fritos,
comi de todos os pães, comi o salame, o queijo, as chimias, comi o bife, os
ovos e tomei duas daquelas enormes xícaras de café com leite. Retornando ao
trem que me levaria a Santo Ângelo, sentindo a satisfação de haver acrescentado
alguns quilos aos meus escassos 53, convenci-me de que dali para frente jamais
seria um enfastiado carioca.
Não tendo sido possível conseguir emprego em Santo Ângelo - pois todos
ali desconfiavam de que não devia trazer boa bagagem um carioca chiador -,
parti de carona na boléia de um caminhão daquela cidade missioneira para Porto
Alegre, em setembro de 1955. Cheguei numa bela tarde de acariciante brisa, sob
um azul primaveril como só Porto Alegre sabe mostrar. Aqui tudo foi mais fácil.
Não obstante de ser ainda uma província em 1955, uma deliciosa província, e a
televisão ainda não ter instaurado a aldeia global, a capital do pampa
praticava um certo cosmopolitismo, pois, afinal, Montevidéu e Buenos Aires
ficavam logo ali. Fui recebido de braços abertos na cidade sonhada. O amor à
distância, unilateralmente cultivado durante quase uma década, encontrava
reciprocidade logo nos primeiros contatos. No dia seguinte à minha chegada, eu
estava empregado.
Era um tempo em que Studebakers e Citröens estacionavam na Rua da
Praia, em frente ao Clube do Comércio, da Confeitaria Mateus - que funcionava
24 horas por dia - , do Restaurante Capri, onde eu devorava, junto com o amigo
Flores, muitos pratos de fumegantes espaguetes acompanhados de um 'Borgonha'
tinto. Era um tempo de atravessar a Av. Borges admirando as estrelas nas
pacíficas e alegres madrugadas do verão, cantarolando 'La donna è mobile' para
compensar a dor-de-cotovelo pela namorada que ficara distante e que,
certamente, já se aconchegava nos braços de um tipo qualquer, como diria
Lupicínio Rodrigues. Eu fui morar numa pensão - ainda era o tempo das pensões
em Porto Alegre - na Rua Duque de Caxias, onde, à hora do almoço,
universitários oriundos do interior do Estado e ali hospedados discutiam
política, uma discussão polarizada na campanha eleitoral entre os candidatos
Juscelino Kubitschek e Ademar de Barros. Eu votei em Juscelino, que era o
candidato dos comunistas, a cujo partido clandestino, na época, eu me filiara
antes de vir para o Sul. Aliás, chegando à Pensão Lages, logo me esforcei para
encontrar algum secreto camarada que pudesse me encaminhar às hostes
partidárias do Sul, pois eu tinha pressa em fazer a revolução. A descoberta do
secreto camarada só foi possível graças a uma troca de pichação no banheiro. Um
dia eu vi escrito na parede, acima do vaso: 'Viva Prestes!' Achei o local meio
impróprio para a saudação, mas
desconfiei de que alguém procurava contato e dei o troco, escrevendo ao lado:
'viva! ' No dia seguinte, o secreto camarada escreveu: 'Viva Stalin!', e eu
escrevi: 'Viva!' No terceiro dia, ele escreveu: 'Viva a classe operária', e eu
escrevi, explodindo de emoção: 'Viva, viva!' Convencidos da presença um do
outro ali, acabamos nos achando e logo formamos a primeira célula do PC na
pensão, fato que só agora, decorridos quarenta anos, ouso revelar publicamente.
No ano seguinte, já tinha crescido tanto a minha paixão pela terra, que
resolvi me amarrar definitivamente por aqui, casando-me com uma gaúcha da
fronteira, Iara, para que não restasse qualquer dúvida quanto ao meu propósito
integrador. Dessa união, nasceram dois filhos porto-alegrenses, cujos nomes - Poti
e Bartira - são, ao mesmo tempo, uma homenagem a José de Alencar, o escritor
predileto da minha adolescência, e uma
afirmação nacionalista no momento em que Brizola, líder de todos nós
naqueles idos, encampava empresas estrangeiras e a endiabrada e imbatível turma
do 'Julinho', à qual eu pertencia, levantava uma patriótica torre de petróleo
na Praça da Alfândega. Aliás, por falar em 'Julinho', foi ali que conheci
Joaquim Felizardo, vibrante tribuno, insuperável professor de história,
primeiro Secretário de Cultura do Estado, meu mestre e amigo, de quem guardo
imensa saudade.
Em 61, desempregado, dei asas ao meu sonho de me estabelecer como
livreiro e fundei a Livraria Vitória. O estreito corredor num prédio centenário
da Praça da Alfândega em breve se tornaria um centro freqüentado pela maior
parte dos literatos e artistas da Cidade e do Estado, nomes hoje projetados
nacional e até internacionalmente. Por sua intensa participação na vida
cultural e política da Cidade, a Livraria Vitória, que conseguiria sobreviver à
fúria repressora de 1964, conquistaria invejáveis espaços na imprensa local e
nacional. Em 1969, a livraria continuaria aos cuidados do meu amigo e sócio
Brutus Gemignani, tendo eu me afastado para montar uma distribuidora de livros
que contaria, em seu elenco de representantes, com algumas das maiores editoras
do País na época, como a Arte Nova, a Laemmert, a Auriverde, a Saga, etc. A
condição de distribuidor de livros me levou a viajar por todo o Estado do Rio
Grande do Sul, que hoje conheço
intimamente de norte a sul, de leste a oeste.
Muitas histórias interessantes se passaram na livraria, e eu precisaria
escrever um livro para contar todas, algumas protagonizadas por ilustres
figuras de nossas letras, como Mário Quintana, por exemplo, assíduo
freqüentador. Um fato original, entre outros que pontearam a trajetória da
livraria, foi o estabelecimento ter funcionado durante sete meses, entre
setembro de 1962 a abril de 1963, ininterruptamente, 24 horas por dia. Além da
constatação da originalidade, possivelmente fato único em todo o Brasil, isto
nos permite ter uma idéia da relativa tranqüilidade em que vivia a Cidade
naqueles idos, quando se podia passar ileso, sem receio de assaltos, noites e
noites inteiras na Praça da Alfândega.
Entre a minha primeira livraria e a atual, a Porto do Livro, no Campus
Central da Universidade Federal, escrevi cinco livros, quatro de ficção.
Nestes, bem como nos contos publicados na imprensa e ainda não reunidos em
livro, o domicílio dos personagens dos dramas e das tragédias é sempre Porto
Alegre. Aqui também plantei minhas árvores, vi crescerem meus filhos, conheci
Maria, fiz e continuo fazendo amigos como os que aqui se acham e cuja presença
agradeço. Embora Porto Alegre não seja hoje a mesma de quando aqui cheguei há
quarenta anos com minha mãe, Ortência Amélia, e meus irmãos, Arlete e Ari,
continuo a amá-la. Paixão não se explica. Dói fundo no peito ver a bem-amada
ferida, ultrajada, mutilada em sua paisagem e arquitetura. Dói ver a miséria
crescendo em suas ruas. Continuo a amá-la apesar de enfeada por mãos e mentes
perversas. Paixão não se explica. Continuo gostando de percorrer suas curvas e
seus grandes seios, no Centro, na tranqüilidade dos domingos. Continuo amando
hoje a cidade imaginada na adolescência e que escolhi para meu definitivo
domicílio.
Agradeço ao amigo Leandro Oviedo por ter propugnado para que este
título me fosse concedido e ao Ver. Lauro Hagemann, companheiro de velhas
trincheiras, pela iniciativa em propor à Câmara de Vereadores de Porto Alegre a
concessão a mim desta honra. Podes estar certo, Lauro, de que me proporcionaste
uma das maiores alegrias da minha vida. Muito obrigado ao Ver. Lauro Hagemann e
a todos os Vereadores desta Casa, que aprovaram por unanimidade a indicação do
meu nome para Cidadão Emérito de Porto Alegre. Obrigado a todos os amigos aqui
presentes."
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença de
todos e, mais uma vez, parabenizamos o Ver. Lauro Hagemann por esta proposição.
Muito obrigado.
Nada mais havendo a tratar, encerramos os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 16h15min.)
* * * * *